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A defesa da minha tese está marcada: dia 15 de Dezembro.
E eu que pensava que este ano já não me chateava mais.
A minha orientadora, no sentido de me incutir alguma confiança diz: " Não se preocupe com as provas! Desde que as pessoas saibam muito bem do que estão a falar corre tudo bem".
Obviamente, ia tendo um colapso!
Vai ser um mês e meio interessante.
E curtinho, quer-me cá parecer...
Como descrever o meu estado de agitação interior?
Tive uma semana inteira de férias para acabar a parte teórica da tese e escrevi até agora... 925 palavras. Preciso de umas 15 000!
Cada vez que pego nos livros que deviam ser a minha fonte principal para a escrita dessas 15 000 palavras, parece que estou a ler russo. Leio cada parágrafo umas três vezes até conseguir extrair dali alguma coisa. O relógio avança, inexoravelmente, indiferente ao meu sofrimento.
Na segunda-feira recomeço a trabalhar.
Parece que há uma data de gente nova na empresa (pronto, são só dois) e passaram todos pelo meu computador.
Sinto-me estranhamente territorial.
Mudaram todas as secretárias para a sala ao lado, portanto também me sinto deslocada por antecipação.
O meu boy encontrou a casa quase ideal para nós a um preço irrisório e, ainda que eu fale disso sucessivamente, não sei se estou realmente preparada para assumir a responsabilidade de comprar uma casa. Quer dizer, ainda nem sequer comprei o carro! E esta casa não é a vivenda que eu queria remodelar, com o jardim que eu queria compor. É uma apartamento num prédio de r/c e 1º, sendo que o primeiro que está à venda também tem sótão, é nova, está toda equipada, tem aquelas merdices que supostamente são muito fixes hoje em dia, como a aspiração central e os estores eléctricos, custa 65 mil euros e é perto daqui. Mas não é exactamente o que eu queria, estão a ver?
E, de repente, tenho que tomar uma série de decisões que afectarão as próximas décadas da minha vida e tenho que acabar a tese para ontem e tenho medo!
Ninguém me avisou, nem os meus pais, nem os inúmeros professores, nem todas aquelas pessoas que ao longo da minha vida tiveram algum tipo de papel na minha educação, que ia ser tão difícil e tão assustador.
Ninguém me avisou que ser adulto sucks!
Dizem-me que estou a viver uma das melhores fases da minha vida, mas a única coisa que me apetece, é construir uma bolha transparente à volta da minha pessoa e ficar a viver nesse T0 até aos 40.
Estou demasiado stressada.
Parece que nada é descomplicado e eu precisava mesmo de ausência de drama.
E agora, reparo que este blog se transformou, momentaneamente, no caixote do lixo da minha mente estranha.
Desculpem lá qualquer coisinha. A vida contemporânea tem este efeito em mim.
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