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Cá estou eu, a partir de internet emprestada! A placa ainda está na "clínica"...
Já ando para falar disto há uns tempos e hoje, depois de passar pelo blog do Jota, lá me decidi.
Se bem se lembram, tenho um Staffordshire Terrier Americano, que é este aqui:
Pois bem, está para ser aprovada uma lei que me obrigará a castrar o meu cão no espaço de dois meses após entrar em vigor, por pertencer à tal lista de sete cães potencialmente perigosos.
E realmente, o meu cão é um perigo do caraças! Senão vejam: no ano passado, a festa de passagem de ano foi em casa de uns amigos, em Castelo Branco. Levámos o Shiva, na altura com cerca de um ano. A princípio mantive-o preso com a trela, sem saber muito bem o que fazer. Acontece que o dono da casa é um amante de cães e lá me convenceu a experimentar soltá-lo. E sabem o que é que ele fez? Passou a noite inteira feliz da vida, a distribuir mimos e lambidelas por todos os presentes.
Um pouco antes disso, nas férias do Verão, também o levámos connosco. Fomos para uma quinta no Algarve e a dona da quinta, que também adorava cães fez questão de ficar alguns dias com ele, solto pelo terreno, enquanto estávamos na praia. No último dia queríamos ir ao ZooMarine e a senhora mais uma vez ficou com o Shiva. Só que nesse dia estava lá o neto dela, uma criança com cerca de 5 ou 6 anos. Qual a minha surpresa quando o Shiva, normalmente bruto como tudo nas suas brincadeiras(sim, 25 quilos de peso e uma energia inesgotável dão nisto.) se aproxima do miúdo e com cuidado lhe dá umas lambidelas no nariz e nas mãos e começa a brincar com ele como se tivesse noção de que tinha que adaptar o estilo de brincadeira.
Como podem ver, o meu cão é uma criatura feroz e perigosa!
É claro como água, ou pelo menos devia ser, que não são os cães todos da lista que são perigosos. São alguns exemplares que já têm predisposição genética para isso ou que são ensinados a comportar-se de determinada maneira. E nem sequer são apenas aqueles cães os potencialmente perigosos. São muito mais possantes que um Golden Retrevier, claro, e mandam facilmente alguém ao chão mas isso não significa que sejam máquinas de matar. O único cão que alguma vez me tentou morder foi o caniche da minha sogra...
O que acho que deveria fazer-se para evitar os ataques que têm sucedido? Parece-me que não podemos avaliar os cães pela raça mas avaliações individuais de carácter já me faziam algum sentido. Mas o grande ênfase devia ser posto nos donos. Devia-se avaliar até que ponto é que os detentores dos cães têm capacidade de os alojar em locais que assegurem a sua retenção, que impeçam fugas e já agora, uma avaliaçãozita psicológica também não ficava nada mal. Doidos não podem ter cães destes, boa? Não é para quem quer, é para quem sabe!
Porque há que ter noção disto: a dosmesticação do cão terá ocorrido há aproximadamente 14 000 anos. Desde essa altura que a espécie se habituou ao contacto com os seres humanos. Os animais que chegaram até aos nossos dias aprendem por repetição e pelos hábitos que lhe são incutidos. Se viver rodeado de violência repete essa mesma violência. Se, por outro lado, viver num ambiente pacífico, saudável, há-de ter também essas características comportamentais.
Agora, por causa de uns otários que não têm cuidado e deixam os cães fugir e devido a uns animais(estes sim) que os utilizam para roubos ou lutas, tenho de castrar o meu menino?
Como em tudo, quando há questões que dividem a sociedade aparecem sempre uns quantos imbecis desinformados e ignorantes que extremam opiniões(já assim foi com a questão do tabaco). Nunca achei a menor piada a extremismos... Esta lei, se passar, vai levar ao extermínio controlado de sete raças. Se isto não é de extremos... Houve um gajo que uma dia se lembrou de fazer isso com pessoas. Adolfo qualquer coisa.
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