Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Penar durante mais de quatro meses para conseguir
comprar o raio da casa..........................................CHECK!
Assinar escritura da casa......................................CHECK!
(Eu não dizia que havia de conseguir?! Demorou mas foi, carago!)
A casa foi avaliada 7 mil euros abaixo do que eu precisava.
Onde é que eu vou agora arranjar esse dinheiro? Don't know.
...
...
Estou um bocado deprimida...
Hoje é a avaliação da minha casa...
MEDO!!!!
Então não é que este Sábado descobri que a "minha" casa foi colocada no site de outra imobiliária, quando supostamente ela está reservada para mim, na TZero?
Quer dizer, o processo está a decorrer no banco, não percebo o que se passou pela cabeça do construtor!
Como é que vocês reagiam perante uma situação destas? Transformavam-se no Hulk? Pois, foi o que me aconteceu a mim.
Não é por nada, mas amanhã acho que vou ficar rouca. O mais triste é que as pessoas que me vão ouvir berrar nem sequer são responsáveis pela calamidade. Mas eu tenho mesmo que gritar com alguém. Preciso de ter um momento de descompressão telefónica.
Cá para mim, a casa está, como é que se diz, enguiçada?
Se as coisas me começarem, alguma vez, a correr bem, até vou estranhar!
Se o Millennium me oferecer condições parvas para me aceitar o crédito ou se me mandar lá para o outro lado, também eu os mando lá para o outro lado e vou à Caja Duero.
Ainda não tinha pensado muito nisso porque eles são espanhóis e os espanhóis estão ainda mais encrencados do que nós com isto da crise.
Mas ontem a Lourencinha falou-me nisso (thank you, dear), fui indagar e estou mesmo muito inclinada a espanholar-me!
Olé!
(Ainda há esperança, meus amigos, ainda há esperança!!! Aquela casa ainda há-de ser minha, ou eu não me chame Mona Li... Andreia!)
Se calhar já não vou poder comprar a minha casa.
O banco quer fiador e eu acho que ninguém está para aí virado...
Porquê?! Estamos os dois efectivos, só porque o IRS do ano passado é baixinho... No wonder, só trabalhei 5 meses!
Estou tão deprimida!!!
Encontrei-a!
Encontrei a minha casa!!
Hoje andámos o dia todo nisso.
Às onze, a primeira. Not that great.
Meio-dia, a segunda. A sala mais bonita que eu já vi e alguma vez vou ver. Acho que era capaz de passar horas a olhar para aquela vista. Daquelas em que prendemos a respiração, sabem? A natureza tem dessas coisas. O resto da casa também era cool. Mas quando nos pediram 195 mil euros (T2) soltei uma daquelas gargalhadas abertas que ecoou por toda a divisão.
Meio-dia e meia, a terceira: Era muito engraçada, mas só um T1. Ficámos de voltar a contactar, se nos interessasse.
Duas e meia, a quarta. Não era nada má, estava dentro dos valores que queríamos, só não gostámos muito do terraço, mas até se engolia. Mas eis que o senhor Hugo da mediadora (um bacano, a sério) nos fala de outro imóvel, ainda mais barato e ainda mais perto.
Três e quinze, the one. Não estava nada à espera, toda a gente me diz que viu dezenas de casas. Ao todo, entre este fim de semana e o anterior, vimos seis. Esta tem um terraço de 80 m2. O gato Shaka e o cão Shiva vão ficar contentes. Uma lareira rústica, em mármore rosa, linda! Três armários, as divisões têm bons tamanhos, nada de claustrofóbico. Banheira de hidromassagem, que vai funcionar mais como elemento de decoração, que eu tomo duches. Mas é bonita na mesma!
Uma vista quase tão fantástica como a outra. Cozinha completamente equipada. Garagem. Um jardim relvado a dez metros.
Parece que vos estou a tentar vender a casa, não parece? Mas não. É minha!!!
Está reservada para mim! :)
Agora, vocês nem imaginam como foi esta semana que passou. Andava tão neurótica com isto das casas que mal dormia. E quando isso acontecia, até sonhava com um símbolo de m2 gigantesco que me andava a perseguir. Não estou a gozar.
Pensava que encontrá-la me ia acalmar.
Bem, por um lado, já não vou passar as horas entre chegar a casa e deitar nos sites das imobiliárias, já não há a pressão de encontrar a casa perfeita. Até porque, como vimos, acho que essa casa só existe na nossa imaginação. Há-de haver sempre algum problema, nem que seja o preço. O stress da procura acabou.
Mas por outro lado, há tanta coisa por definir, tanta coisa por resolver. Acho que só saberei se posso ficar mesmo com a casa lá para meados ou finais de Julho. É mais um mês de alguma incerteza.
Estou, claramente, num ponto de viragem da minha vida.
Agora é tudo tão assustador, tão cheio de cautelas, tão repleto de incertezas. Tudo pode correr muito bem, mas também tudo pode correr muito mal.
Provavelmente, daqui a uns anos vou olhar para trás e isto vai-me dar vontade de rir.
Neste momento, só me dá vontade de fumar que nem uma chaminé. E de bater com a cabeça na parede, ocasionalmente.
Como descrever o meu estado de agitação interior?
Tive uma semana inteira de férias para acabar a parte teórica da tese e escrevi até agora... 925 palavras. Preciso de umas 15 000!
Cada vez que pego nos livros que deviam ser a minha fonte principal para a escrita dessas 15 000 palavras, parece que estou a ler russo. Leio cada parágrafo umas três vezes até conseguir extrair dali alguma coisa. O relógio avança, inexoravelmente, indiferente ao meu sofrimento.
Na segunda-feira recomeço a trabalhar.
Parece que há uma data de gente nova na empresa (pronto, são só dois) e passaram todos pelo meu computador.
Sinto-me estranhamente territorial.
Mudaram todas as secretárias para a sala ao lado, portanto também me sinto deslocada por antecipação.
O meu boy encontrou a casa quase ideal para nós a um preço irrisório e, ainda que eu fale disso sucessivamente, não sei se estou realmente preparada para assumir a responsabilidade de comprar uma casa. Quer dizer, ainda nem sequer comprei o carro! E esta casa não é a vivenda que eu queria remodelar, com o jardim que eu queria compor. É uma apartamento num prédio de r/c e 1º, sendo que o primeiro que está à venda também tem sótão, é nova, está toda equipada, tem aquelas merdices que supostamente são muito fixes hoje em dia, como a aspiração central e os estores eléctricos, custa 65 mil euros e é perto daqui. Mas não é exactamente o que eu queria, estão a ver?
E, de repente, tenho que tomar uma série de decisões que afectarão as próximas décadas da minha vida e tenho que acabar a tese para ontem e tenho medo!
Ninguém me avisou, nem os meus pais, nem os inúmeros professores, nem todas aquelas pessoas que ao longo da minha vida tiveram algum tipo de papel na minha educação, que ia ser tão difícil e tão assustador.
Ninguém me avisou que ser adulto sucks!
Dizem-me que estou a viver uma das melhores fases da minha vida, mas a única coisa que me apetece, é construir uma bolha transparente à volta da minha pessoa e ficar a viver nesse T0 até aos 40.
Estou demasiado stressada.
Parece que nada é descomplicado e eu precisava mesmo de ausência de drama.
E agora, reparo que este blog se transformou, momentaneamente, no caixote do lixo da minha mente estranha.
Desculpem lá qualquer coisinha. A vida contemporânea tem este efeito em mim.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.