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Tenho um irmão com 21 anos.
O meu irmão, às vezes, é um puto azarado.
Já perdeu a carteira umas quatro ou cinco vezes, com todos os documentos possíveis e imaginários lá dentro, comprou um BMW vindo da Alemanha, todo maneirinho e três semanas depois disso um pacóvio bateu-lhe no carro a fazer marcha-atrás e recusou-se a dar-se como culpado, os discos rígidos dos computadores dele, volta e meia, queimam-se todos...
Mas o pico do azar do meu irmão deve ter acontecido no ano passado.
Arranjou um estágio numa empresa, depois de tirar o curso de informática. Não gostava exactamente do que fazia, mas o ambiente até não era mau e dava-se muito bem com a chefia directa.
Um dia estava a conversar com um dos chefes e a conversa foi parar a gajas. Como invariavelmente vai sempre, afinal de contas são gajos, e um deles tem 20 anos...
Uma das características das conversas de gajos sobre gajas é que eles são mesmo muito explícitos. E abrangentes, gráficos.
Então o meu irmão começa a contar que andava com uma miúda nova e que ela era uma grande maluca, que fazia acontecia e lá foram eles parar às tatuagens e às descrições gráficas.
Passado uns segundos, o chefe começa a fazer uma cara estranha. Pergunta o nome da rapariga. O meu irmão diz-lhe. E o homem responde-lhe, com um auto-domínio de admirar: "Pois, é a minha filha".
POING!
É desnecessário dizer que o meu irmão não ficou na empresa depois do estágio.
E o ambiente nunca mais foi o mesmo!
Agora digam-me lá se não é um azar do caraças!
Meus amigos, pela boca morre o peixe. Não se esqueçam disso antes de relatarem as vossas façanhas!
Esta manhã apoderou-se de mim o Pânico! Uma coisinha que começa como um formigueiro nos dedinhos dos pés e vem por ali acima a transformar todo o nosso corpo numa massa rígida. E não, não foi por ter acordado tarde, porque esta semana, talvez devido ao frio, tem sido habitual.
Então porque foi?
Não consegui vestir umas calças. Ok, toda a gente sabe que quando as calças de ganga vão para lavar encolhem sempre um bocadinho. Normalmente isso só significa que de vez em quando passaremos um dia mais "justinho".
Mas não foi esse o caso. Nem sequer lhes consegui apertar o button fly, com aquele enorme V formado pelas calças por fechar a gozar com a minha cara. Ou seja, meus amigos, confirma-se: engordei durante as festas. E a menos de dois meses de fazer vinte e sete anos, tenho que admitir que o meu corpo já não recupera tão bem. Das ressacas, das directas, do excesso de café e tabaco (em resolução) e, sim, dos excessos alimentícios do Natal. Pelos vistos está a acabar a era em que comer três quilos de sonhos num só dia não tinha influência no ponteiro da balança... Que neste caso não existe, porque a minha balança é digital.
Claro que comecei imediatamente a traçar uma estratégia para fazer as coisas voltarem ao normal. O que é chato, porque não há nada que resolva o problema que não implique levantar-me do sofá.
E isso deixou-me extremamente deprimida! Cheguei ao trabalho e fiquei triste porque não conseguia arranjar uma tradução para uma merdice qualquer. Abri o blog e fiquei triste porque o número de visitas tem vindo a descer gradualmente, como se, de repente, toda a gente tivesse chegado à conclusão que eu sou um ser abjecto. Abri a mochila para tirar a carteira para ir beber café e fiquei triste por não ver para lá o meu maço de Winston. E finalmente fiquei triste porque um dos meus colegas ainda tem língua e insiste em usá-la para atirar para o ar, a um ritmo constante, boquinhas que não fariam rir nem o Badaró (enquanto ainda estava vivo).
E agora estou a ficar com uma hiperactividade que me está a deixar doida. Calculo que seja pela privação de nicotina porque no meio de todo aquele choque esqueci-me das pastilhas em cima da cama...
Moral da história? Que eu esteja a ver não há! A única coisa que poderia ter evitado todo este cambalacho de emoções parvinhas era não ter tentado vestir as calças. Pois, só que eu tenho que me vestir para vir trabalhar. Quer dizer, lá porque eles me deixam vir de ténis, não me parece que também fossem tão open-minded em relação a vir de cuequinha.
E daí...
Os senhores afinal não fugiram.
Mas também não tinham exactamente tudo em ordem...
Bem, não é nada que eu possa explicar-vos aqui mas o importante é que está tudo bem e que a declaração amigável segue hoje para a seguradora.
Mas os planos de fim de semana no Gerês, com direito a massagem relaxante, jantar e mais merdices de que eu preciso mesmo muito estão arruinados. Este próximo fim de semana é impossível, no outro pode vir a ser também.
Nini C2 não anda! Ou melhor, ele anda! Na verdade, anda muito bem, como se não se tivesse passado nada. O único problema é que quando chega aos 35, 40 km/h começa a fazer um barulho como se fosse levantar voo, que se intensifica até aparecer que vamos dentro do space shuttle...
O carro deve estar todo lixado por dentro... Like me! Há mais de dois anos que não faço férias e agora que ia ter direito a fim de semana romântico, vai tudo por água abaixo...
DAMN YOU!!!
Deprimi.
Oh que granda merda!!!!
Acabaram de me bater no carro. Ligou-me o meu nini agora mesmo a informar-me que nos arranjaram uma frente e uma lateral nova!
NNNNNÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOOOOOOO!
Estou de mal com a vida, neste momento!
Parece que se o senhor não lhe tivesse batido estava agora no fundo de um penhasco. Ou seja, parece que o meu querido C2 fez de rail.
Amigos, está a chover! Quando está a chover mais vale andarem D E V A G A R!!!!
D...E...V...A...G...A...R!!!
Fogo, pá! Mas porquê?
Ainda por cima parece que não havia uma única declaração amigável num raio de cem metros! Ou seja, o meu namorado ficou os os dados do senhor, inclusivé com a autorização de residência, que o homem tinha acabado de chegar a Portugal, estava em mudanças, mas só amanhã é que vão ultimar as coisas.
Conhecendo as pessoas como conheço, só espero que agora o homem não desapareça para parte incerta, senão juro que dou um murro em alguém!
Oh meu querido e malogrado C2!!
Odiar o meu trabalho!
Já nem vejo nada direito! Só me apetece atirar o raio do portátil pela janela!
Estou a trabalhar numa das zonas "in" da região de Lisboa, a zona sul do Parque das Nações.
Aqui, os prédios são residenciais quase na sua totalidade, à excepção das "lojas" que compõem alguns rés-do-chão. É numa dessa que se situa a empresa onde trabalho.
Quem quer que não conhecesse a zona, haveria de reparar, à medida que se dirige para cá, que está a entrar num bairro privilegiado.
Logo de manhã, senhoras de farda rosa passeiam os cães e os filhos dos patrões, empurram carrinhos de brinquedo, lavam escadas, sacodem tapetes. Acho que não deve haver uma habitação que não tenha empregada doméstica.
Estamos constantemente quase a levar com carros em cima. Mas não são uns carros quaisquer. São Audi, Mercedes e BMW. O pessoal aqui só tem rodas de luxo mas parece que foram todos roubar as cartas de condução ao 6 de Maio. Não sabem fazer rotundas, não respeitam sinais de trânsito... É uma aventura conduzir por estes lados! E não sabem estacionar nem para salvar a vida. Um dos meus passatempos preferidos aqui é debruçar-me na varanda a vê-los estacionar. Quase dá vontade de aplaudir no fim! Que espectáculo de qualidade!
Outra das características interessantes deste sítio são os cães. A maior parte deles são minúsculos. Muito esta gente gosta de Yorkshire's! Mas cagam como gente grande!
Os donos gostam de passear os cães ao fim da tarde, quando chegam. Acham que os senhores apanham os cócos? Claro que não! Aqui, nem a isso são obrigados. Há uma empresa cuja única função é vir cá recolher excremento.
"Ah, então o que é que fazes? Apanho cóco de cão rico!"
Mas como os senhores só cá vêm uma vez por dia, às vezes passar nestes passeios é o equivalente a atravessar um campo minado!
Cá para mim, os senhores da tal empresa haviam de ter um número de emergência! Devia haver um a cada esquina, com o saquinho a postos!
E pronto, é assim! Agora já percebo o significado da expressão "gente rica é outra coisa".
Oh, se percebo!
Estou numa daquelas fases esquisitas em que parece que estou à espera que aconteça alguma coisa...
Passei o fim de semana ansiosa, com aqueles suspiros profundos e motivados por nada, com constantes mini-ataques de ansiedade.
E o pior é que não estou a ver, sinceramente, o que raio é que poderá vir a acontecer.
Sei que há uma ou duas questões que poderão eventualmente vir a precisar de resolução, mas só lá daqui a um ano.
Que raio de neurose, i tell you!
Cheguei a uma triste conclusão.
O fim-de-semana faz-me mal. Durmo demais. Apodera-se de mim um sono incontrolável. Hoje só consegui acordar lá para as seis da tarde, outra vez.
E já estou irritada só de pensar que amanhã tenho quatro horas de aula seguidas...
Ou seja, espero uma semana inteira pelo fim-de-semana para depois, o mesmo, só me tornar mais difícil a semana seguinte.
Tenho de arranjar horários normais! Onde é que se compra o pacote?
Ando com tanta falta de vontade de fazer o que quer que seja que até meto nojo a mim própria...
(Hã, não digam que não podem construir frases enormes sem enfiar uma única vírgula lá pelo meio!)
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