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Nesta segunda-feira que passou quase todos os jornais noticiaram que o processo Maddie vai ser arquivado. Nesse mesmo dia, Gonçalo Amaral, ex-coordenador da PJ que estava encarregue do caso, deixa a instituição, magoado com a falta de apoio demonstrada por inúmeras altas patentes dentro e fora da PJ.
Voltemos atrás. Ainda toda a gente se lembra das declarações de Alípio Ribeiro, na altura director da Polícia Judiciária, que considerava precipitada a constituição dos McCann como arguidos. Toda a gente se lembra do achincalhamento, por parte dos jornais ingleses, da JP, em especial da figura de Gonçalo Amaral. Não houve uma palavra de quem quer que fosse a defender o bom nome do inspector ou da Judiciária. Durante umas boas semanas, foi um circo! Os ingleses traçavam-nos o perfil como bem entendiam, a pressão era imensa! E tudo isto termina com o arquivamento do processo e com a reforma de Amaral. Parece que desta vez perdemos. Fomos mesmo goleados...
Na última semana os ingleses voltaram a passar-nos no radar e vice-versa. Desta vez o responsável foi o mítico Vale e Azevedo. Aparentemente, a polícia foi buscá-lo a Sintra com um mandato de detenção mas o homem já não estava cá. Estava em Londres, onde mais? Num selecto bairro de Chelsea, a viver a vida à grande, numa casa avaliada em mais de 13 milhões de euros. Como seria de esperar, a resposta à notícia chegou a Portugal via satélite, porque se há coisa que Vale e Azevedo não é, é burro. E foi o chorrilho de queixinhas, que a polícia portuguesa é isto e aquilo, que foi humilhado e que não volta a Portugal pelo próprio pé. Resposta portuguesa? Mandato de captura internacional.
Em circunstâncias normais, digo eu, a coisa resolvia-se assim. Mas não. Estamos a falar dos ingleses e é das acções deles que o processo está pendente. Vale e Azevedo só volta a Portugal com a autorização dos nossos "aliados" históricos.
Repito, em circunstâncias normais, o homem já cá estava. Mas não está. Continuamos pacientemente à espera da decisão inglesa, como já antes esperámos pacientemente pelos resultados dos testes de ADN do laboratório inglês, relativos ao caso McCann.
Ou seja, estão sempre a empatar-nos estes "bifes" e nós temos uma paciência infindável. Se fosse por mim já estávamos à beira de uma crise diplomática, pá! Porque a diplomacia deve servir como forma de agilizar processos e não como forma de permitir que foragidos à justiça desfrutem de mais um joguinho de ténis e de mais um chá das cinco. Não estou aqui a fazer o juízo público sobre a eventual culpabilidade de Vale e Azevedo. Não conheço o processo para me pronunciar. Mas há aqui um ditado popular que serve como uma luva aos cambiantes destes dois processos: Quem tem cú tem medo. Pois, nós devemos ter um dos maiores rabos da Europa. Porque será que os ingleses nos intimidam tanto?
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