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O CDS-PP apresentou uma proposta de lei que visa implementar o ensino de suporte básico de vida no 9º ano de escolaridade. Ou seja, ensinar miúdos de 15 anos a fazer reanimação cardio-respiratória.
A ideia não é exactamente má. Aliás, seria excelente se todos os cidadãos tivessem conhecimento suficiente para manter activas as funções básicas de vida enquanto os profissionais não chegam ao local de um acidente. Como também seria excelente se todos nós andássemos com colares cervicais e macas atrás.
Todos os meus amigos do secundário seguiram carreiras na área da saúde. Podemos dizer que eu fui a ovelha negra ao escolher letras. Tenho também outros amigos que, embora não tenham feito faculdade na área da saúde, fizeram cursos profissionais de socorrismo. E no entanto essas pessoas hesitam em utilizar os seus conhecimentos em caso de acidente. Porquê? Porque são cada vez mais frequentes os processos resultantes de pessoas que tentam ajudar mas por não disporem de equipamento adequado, como é o normal quando paramos para auxiliar alguém em caso de acidente na estrada, acabam por danificar funções motoras do acidentado. É cada vez mais frequente pessoas que tentam ajudar serem depois processadas judicialmente pelos familiares da vítima. Se isso resulta de mesquinhez já não podemos avaliar tão bem, mas a verdade é que isso acontece.
Ou seja, conhecimento é sempre bem-vindo. Mas terá de ser sempre conhecimento informado. Não vamos querer ter miúdos de 15 anos no banco dos réus por terem provocado tetraplegias a torto e a direito. Seria tudo tão bonito e tão perfeito se pudessemos ser todos médicos bem equipados, se pudéssemos todos andar por aí a salvar todas as pessoas em apuros e todos os gatinhos em cima de árvores. Mas não vivemos num conto de fadas. Não contem com que algum dia possamos vir a viver...
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