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Porra! Ando a estudar, com escassas interrupções pelo meio, há vinte anos!
Ora aqui está uma cena deprimente como tudo! Principalmente se tivermos em conta que no fim de tudo isto, o mais provável seja o desemprego.
Até há bem pouco tempo estava optimista. Achava que, com um pouco de sorte, era bem provável que o cataclismo do desemprego não me atingisse a mim. E não, não andei à procura. Só que estou fartinha de ver reportagens sobre os licenciados e os doutorados desempregados. Não sei bem qual é a intenção dos nossos media, mas se é deprimir o pessoal, dou-lhes os parabéns! Conseguiram!
O que me inquieta mais nestas reportagens é não saber até que ponto é que o brilhantismo pessoal possa fazer alguma diferença. Ou seja, esta gente que tem boas habilitações, não consegue emprego porque não procuram convenientemente? Ou toda a gente que ande à procura, independentemente das características pessoais, vai ter o mesmo destino? Mesmo se eu fosse um génio, a minha licenciatura e mestrado, combinados com as minhas características pessoais não me iriam servir de nada? Mesmo que tivesse desenvoltura de raciocínio e de comunicação interpessoal e mais milhentas características que fariam de mim o candidato ideal a qualquer emprego neste país, mesmo assim não teria hipótese?
Porque se for assim, dedico-me à política, pá! Antes não fazer nada e ser paga para isso do que querer fazer e não poder.
Lá está, uma pessoa não sabe até passar por isso. Mas que é inquietante à brava, lá isso é...
Daqui a pouco mais de um mês terei o meu canudinho nas mãos. E apesar do mestrado ainda nem ir a meio, vou ter de começar a procurar qualquer coisa, um part-time que me permita ter uns trocos ao fim do mês. Estou farta de contar trocos! Estou farta de não poder fazer uma série de coisas por ainda não ser financeiramente independente! Nem a merda das minhas propinas posso pagar por inteiro. Lá tenho eu de recorrer aos paizinhos para me ajudarem a pagar a escola. Estou lixada!
Todos os dias me passa pela cabeça sair deste país. Todos os dias penso em hipóteses como Inglaterra. Pensem bem, os gajos têm das melhores seguranças sociais do mundo, tratam a mão de obra qualificada convenientemente e não é de desdenhar o nível de vida. Não sei porquê, mas sempre achei que não haveria de ter de lutar com todas as minhas forças para chegar ao fim do mês. Achava que tinha direito a conseguir atingir certo tipo de coisas que tornam a vida mais confortável, mais interessante, mais colorida. É mau querer o óptimo em vez do médio? É mau achar que connosco há-de ser diferente? É mau sonhar?
Estou deprimida...
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