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... conseguir votar.
Eu consegui. Weee. Parabéns para mim.
Mas espera, dizem vocês, tu mudaste de residência desde as últimas eleições para qualquer coisa. Que prodígio é esse?
Pois, se não gosto de deixar as prendas de Natal para a última quinzena de Dezembro, também não gosto de deixar a preparação para o escrutínio para o dia do dito cujo.
A vossa amiga foi ao site a que ninguém conseguia aceder hoje, a meio da semana. Assim descobri o meu novo número de eleitor. Depois liguei para a junta de freguesia da minha nova zona de residência e indicaram-me a secção de voto. Difícil mesmo foi encontrá-la. E depois foi algo complexo explicar porque é que o meu cartão de eleitor não pertencia ali e tinha um código escrito a caneta de acetato e que era por esse código que eu queria que me procurassem.
Mas enfim, lá nos entendemos. O processo não demorou mais de dez minutos.
E, afinal, não valeu de nada...
Lá vamos nós levar com mais 5 anos de vetos conservadores...
Desde os 15 anos que não tinha franja. E agora que tenho pareço ter... 15 anos!
Este ano que passou foi fraquito. Um 5 numa escala até 10.
2009 tinha sido cheio de concretizações, cheio de vitórias. Ou pelo menos me pareceu quando passava a meia noite de 31 de Dezembro e eu estava alcoolicamente alegre.
Em 2010, a minha única concretização foi conseguir não ter um AVC. Ah, e assustar as senhoras da farmácia de cada vez que saía o talão da máquina de medir a tensão.
Este ano vou ter de me desforrar, vai ter de ser em grande. Acho que pelo andar da carruagem, conseguir não passar fome e manter a casa já há-de ser uma grande coisa.
Aproxima-se a reserva do carrito. Não entrar em combustão espontânea quando me entregarem o talão do combustível também há-de ser algo a celebrar. Tendo em conta que, numa bomba de combustível, era capaz de não dar muito jeito.
No último dia do ano, na farmácia, uma velhota perguntava o preço de uma embalagem de aspirinas. E voltava costas à funcionária, a contar os parcos trocos da carteira coçada.
Este país não é para velhos. Nem para desanimados. Mas também não é para os esperançosos.
É para aqueles que vão passando, devagarinho, pelas frestas das portas, até ocuparem o lugar que era nosso. É para quem tem tudo mas quer mais. É para os desocupados, os abastados, os filhos da mãe, os afilhados, os abençoados pela cunha, a minoria (?) esmagadora.
Este país não é teu, nem é meu.
Talvez já fosse altura de voltar a ser.
Antes que seja tarde...
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