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Amanhã vou sair de casa pelo menos meia hora mais cedo.
Vou enfrentar, certamente, mais de uma hora de filas, gajos que só tocam no carro ao fim de semana e (mais) taxistas apressados.
E assim promete ser até Sexta-feira!
Meus queridos transportes públicos, como eu gosto que vocês sirvam os outros!*
* Private joke e homenagem ao Miguel, que foi pai no dia da Liberdade!
A falta de tacto é uma característica tipicamente masculina, não é?
Então quando vem de gajos de quem somos muito próximos...
Faz-me começar imediatamente a ter momentos Ally McBeall em catadupa. Rotativos na boca e coisas do género.
Ultimamente tenho tido muitos momentos desses... Sou capaz de passar o dia inteiro a imaginar coisas escabrosas.
Sinto-me muito feliz por ninguém conseguir ler o que se passa dentro da minha cabeça.
Este estado de coisas talvez justifique a minha maleita.
Esta vossa amiga está hipertensa por causa do stress.
De cada vez que ia à farmácia subia mais uns pontinhos.
As conversas de café começaram a ser dominadas pelas palavras AVC e vegetal. Ter os amigos todos a trabalhar na área da saúde é horrível. Uma dor nunca é só uma dor e tensão alta nunca é só tensão alta.
Neste momento estou a tomar um medicamento que é diurético e me faz correr para a casa de banho a cada meia hora. Tenho credenciais para exames suficientes para arruinar num só dia o sistema nacional de saúde.
Aconselharam-me a não me enervar, no entanto, isso só teve o condão... de me enervar.
Aconselharam-me a fazer desporto e isso fez-me revirar os olhos.
Aconselharam-me a ter uma vida saudável e eu respondi que precisava de mais umas cinco horas em cada dia para conseguir arranjar uma coisa dessas. Vida saudável, não há em take away, pois não?
Aconselharam-me a não reprimir as coisas, a deitar cá para fora. Eu respondi que não, que não me apetecia que a humanidade deixasse de me falar por estar demasiado ofendida com aquilo que acabou de ouvir.
Por fim, aconselharam-me a ganhar o Euromilhões e mudar-me para a Gronelândia... Não ,esperem, isso já devia ser eu a imaginar coisas outra vez.
Eu sabia que a vida contemporânea ia acabar por dar cabo da minha paciência. Só não pensei que pudesse dar cabo de mim...
Até à manhã de ontem não via o meu telemóvel há dois dias.
Às vezes esqueço-me dele em sítios improváveis, como em cima do frigorífico ou na bancada da casa de banho. E depois nunca mais me lembro de o colocar em locais em que o possa ouvir.
O que é estranho é que as pessoas não reagem muito bem a isso. Recriminam-me porque me ligaram e eu não atendi, amuam porque ficaram mais de 24 horas à espera da resposta a uma mensagem. Se alguém é passível de ser contactável, tem de ser contactável sempre e a qualquer hora.
Não gosto muito de telemóveis, verdade seja dita. Interferem com a minha capacidade de desaparecer de circulação. Além do que, eu vivo praticamente no campo. Toques polifónicos não combinam com jardinagem e montes verdes. Nem com paz de espírito, ao que parece...
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