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Mais uma vez um idoso, com mais de 70 anos, andou em contramão numa das auto-estradas nacionais. Desta vez foi a A10 e ao longo de mais de 12 Km !!!
Uma testemunha que seguia no sentido oposto, afirma ter-se colocado ao lado do condutor infractor, como documentam as imagens por ele recolhidas, e ter tentado chamar a atenção do idoso através de sinais sonoros. Reacção: nem pestanejou, o que significa que ia completamente alheado do mundo. Foi mesmo necessário cortar a A10 para, finalmente, conseguir a atenção do homem.
É mais que óbvio que a forma de atestar a competência dos condutores, a partir de certa idade, é deficiente. Hordas de idosos em contramão comprovam-no.
Até quando é que vamos fechar os olhos?
Normalmente até sou uma gaja calminha, extremamente educada e cordial. Porque respeitinho é muito bonito. Mas hoje passei-me! Duma maneira completamente grosseira e selvática. Quem lê isto até parece que transformei no Hulk . Mas não esteve muito longe.
A história por trás disto já se arrasta há três meses e uma pessoa vai acumulando as irritações e, já se sabe, quem acaba por levar por tabela nem tem assim tanta culpa quanto isso.
Enfim, tudo começou numa solarenga manhã de fins de Abril, quando às 8 da manhã a minha "better half " me liga a dizer que destruiu a frente do carro, ao chocar com um Audi que se lembra de passar dos 80 para os 40 nos nossos fantásticos radares da segunda circular. Eu sabia que aquelas coisas eram um prenúncio de desgraça. Qualquer tipo de incidente que danifique o meu querido C2 é para mim uma ofensa pessoal. Mas que se pode fazer?
Preenchida a bela da declaração amigável era altura de a enviar para o banco de financiamento, pois como se trata de um ALD, os titulares do seguro são eles. Passou-se um mês e meio até qualquer contacto relativamente à peritagem ser feito. Só que, quando isso aconteceu, eles ligaram para o meu pai, que nunca teve qualquer tipo de participação na compra deste carro. Se não fosse tão descabido, até diria que deram ao perito o primeiro número que encontraram. O meu pai encaminhou-o para o número correcto só que os anormais nunca mais disseram nada. Este mês decidi que já não aguentava mais ver o C2 com a placa de matrícula torta e com o pára-choques arranhado. Liguei para o banco que, infelizmente, faz a ponte entre nós e a seguradora e tentei esclarecer a situação. E não é que os filhos da mãe me dizem que nunca receberam a declaração amigável? Como é que é possível dizerem-me uma coisa destas se inclusivamente já a enviaram para a seguradora, possibilitando, assim, o contacto daquele primeiro perito desmiolado?
Respirei fundo, mudei de assunto e desliguei. Entretanto enviei-lhes um outro formulário que me tinha sido pedido e cerca de uma semana e meia depois, voltei a ligar.
E, claro, ainda não sabem o que se passou com a declaração amigável e não receberam o segundo formulário enviado. Aí é que foi! Eu já não estava muito contente com eles. Com isto, passei-me! Pedi-lhes para confirmarem a morada e perguntei qualquer coisa do género: "Ah, fica em Lisboa! Não é no triângulo das Bermudas? Porque as cartas que envio nunca aí chegam!"
A mulher não gostou. Começou a responder-me duma forma menos cordial e quando dei por mim, estava a berrar. Eu nem sabia que a minha voz podia atingir aquele volume! E acusei-os de tudo o que me lembrei: de incompetência, de mentirem deliberadamente, de estupidez... É tudo verdade mas, aparentemente, tem muito mais impacto se for dito aos berros.
E agora estou com alguma vergonha. Mas só da parte dos gritos porque, diga-se de passagem, até lhe mandei umas bocas fixes. Não vou citar a instituição em causa, mas é aquela que financia a compra dos Citroën e Peugeot.
Que pena! E eu que até queria tanto que o mau próximo carro fosse o C4 . Oh well ...
As televisões portuguesas pensam que somos todos uma cambada de imbecis! Só encontro essa explicação para o completo desvario que é a nova novela da SIC, as Chiquititas . Na verdade, acho que há muito tempo que eu não via um tamanho desperdício de espaço televisivo.
Aconteceu há dois dias: resolvi que, para acertar os sonos, faria uma directa. Oito ou nove da manhã e corro os canais nacionais em busca das notícias da manhã. E eis quando me deparo com aquele atentado. Nem sei por onde começar! Pela narrativa completamente desconexa e vazia de ideias? Pela aberrante personagem da Sofia Portugal? Ou talvez pelo espalhafato sem sentido que os actores acharam obrigatório emprestar às personagens?
Chiquititas não tem piada e não se aprende nada com aquilo. A única coisa que se ensina é como não se deve fazer uma telenovela. Só tenho pena que os actores tenham de passar por aquilo para conseguir trabalhar em Portugal. Depois da Floribella , se pensavam que a TV portuguesa não podia descer mais, dêem uma vista de olhos pelas Chiquititas e comprovem. No fundo do poço, podemos sempre escavar mais um buraco...
Caros,
O que se segue poderia ser um muito bom exemplo de um episódio feliz da minha infância. Aqui fica a minha homenagem à grande, educativa e muito querida Rua Sésamo:
Tenho um pedido a fazer à próxima alminha que passe por aqui.
Eu sempre me dei um bocado mal com as novas tecs. Mentira, até me dou bem, mas isso só acontece muito tempo depois das outras pessoas todas. Queria postar um video do youtube. Já tentei, mas depois quando chega a altura de escolher o site, aparece-me o blogger e coisas que tal, mas depois não sei qual escolher.
Por isso, ao próximo que aqui passe, agradecia a bondade de me auxilar.
Desde que, há uns anos, uns serventes de obra se lembraram de começar a dizer que as gajas eram boas como o milho que não se ouvia falar tanto no dito cujo.
Anda tudo em pé de guerra por causa da destruição de uma plantação de milho transgénico, por um grupo de caras tapadas que , como toda a gente sabe, são os tipos mais corajosos deste nosso mundo. Porque faz mal e tal. O que mais me desilude é que desconfio que grande parte deles nem saberá exactamente porque é que são contra os transgénicos.
Mas o que é exactamente um transgénico? É um organismo, no caso uma planta, que contém genes de um outro organismo no seu código genético. Ainda que este processo possa ocorrer de forma natural, o milho em questão foi alterado por mão humana.
Há uns anos atrás, quando se conseguiu, pela primeira vez, criar um transgénico, um mundo de possibilidades abriu-se diante dos olhos dos cientistas. A mais idílica seria o fim da fome mundial. Isto porque ao inserirmos certos genes num organismo, alteram-se as suas características, sejam elas capacidade de resistência a pragas, alteração das necessidades hídricas, tamanho. Basicamente, a capacidade do cultivo subiu em flecha, bem como as suas hipóteses de sucesso.
Mas então o que é que levou os rapazinhos a atacarem, sem dó nem piedade, a plantação de milho do homem?
Parece que os transgénicos podem ter implicações negativas na saúde dos consumidores. Dizem que podem levar a problemas renais e hepáticos, que o consumo de algumas variedades pode revelar-se tóxica. Muito se tem estudado a questão, muitos testes têm sido feitos, mas a verdade é que até agora, nada de conclusivo saiu daí. Neste momento, tirando algumas situações pontuais, não há evidência de que estes alimentos façam mal. Assim como não há uma prova clara que não o façam.
O meu objectivo não é defender ou não, os transgénicos. É condenar a atitudes dos betinhos de cara tapada.
Na guerra de argumentos que se seguiu à chacina do milho, os ambientalistas vieram dizer que ofereceram ao agricultor a possibilidade de plantar milho "normal", fornecendo-lhe as sementes. Após a recusa, bora lá destruir. Desculpem, mas não é assim que se faz. A partir do momento em que os nossos princípios levam à vandalização ou destruição de propriedade alheia estamos a revelar-nos pior do que aquilo que queremos combater.
Tenho uma teoria sobre estes "pseudo-defensores do bem". Devem ter sido ou crianças muito pouco levadas em conta ou crianças muito mimadas. Porque destruir o trabalho de uma pessoa, sem olhar a meios ou consequências e sem qualquer tipo de respeito pelo esforço individual, é um pedido de atenção, por demais, óbvio. Revela muita revolta interior e muito conflito mal resolvido.
Acho que o passo mais óbvio para evitar este tipo de situações é a criação do ursinho de peluche transgénico. Parte adorável brinquedo de criança, parte instrutor das forças armadas. Para incutir um pouco de respeito e sentido de responsabilidade no futuro revoltado. E já agora, parte Gandhi , para ensinar que, às vezes, o mais eficaz é mesmo a não agressão.
Não vou falar de caniches. Vou contar um episódio com um cão ligeiramente maior.
Há um ano e meio atrás, o meu namorado começou a azucrinar-me com a ideia de termos um cão. O facto de já termos um gato não parecia ser impedimento para ele. O pior é que o meu namorado não queria um cão qualquer: queria um Staffordshire Terrier Americano.
A minha reacção não podia ter sido pior. Comecei a indagar se ele não seria, na realidade, um delinquente em potência. Porque era assim que eu via os donos desses cães. Já os canídeos, não estaria a exagerar se dissesse que via neles a encarnação do demónio, com aqueles olhos rasgados e bocas enormes, cheias de dentes.
Mas enfim, ele tanto me chateou que eu acedi a, pelo menos, ir ver o bicho. Mal sabia eu que estava a ser atraída para uma armadilha engendrada há muito e que não deixava muito espaço para falhas.
O rapaz que tinha feito a criação morava num oitavo andar e tinha as crias todas na cozinha. O odor era indescritível. Mas assim que vi os bichos, com apenas algumas semanas, a componente odorífera passou para segundo plano. Eram as coisinhas mais queridas que eu já tinha visto, sem qualquer traço daquilo que são em adultos. À traição, o meu namorado pegou num deles e meteu-mo no colo. E claro, o bicho só voltou a sair do meu colo quando o pousei na sua nova cama, já em nossa casa. Claro que ele sabia que, assim que os visse, o meu coração iria amolecer.
O cão já tem agora 14 meses. Sempre foi completamente mimado por toda a gente e nunca teve reacções agressivas. Levou chip, tem seguro e registo e todas essas mariquices.
Só que para o porte que tem, asseguro que brincar com ele não é o mesmo que brincar com um caniche. Teve de ser extremamente bem ensinado, principalmente a morder ossos de cão e não mãos de pessoas, o passatempo preferido dele quando era pequeno. Teve de ser ensinado a não saltar para cima de seres humanos e por aí em diante.
Neste momento, tenho a percepção de que não é um cão perigoso pois foi ensinado a não sê-lo.
Não vou ser hipócrita/demente ao ponto de dizer que nenhum cão é perigoso. Mas o meu não é.
Agora, tenho andado a reparar que, mesmo açaimado, as pessoas olham para ele de lado. Compreensível. Mas há umas noites atrás, fiquei surpreendida.
Duas e vinte da manhã. Insónias e choro de cão. Fomos à rua. Estava uma noite agradável e ficamos encostados ao portão do terreno, só a apreciar uma brisazinha. Aparece um casal ao fundo da rua e aproxima-se, por entre os carros. Eu já os tinha visto, mas o cão só os vê quando eles estão a três metros de nós. Ladra. Não teria sido pior se se tivesse atirado à garganta da rapariga. Deu um grito tão estridente, seguido de um "Oh! Que susto" quando avistou o responsável pelo latido que, por um momento, juro, pensei que trazia um tigre dentes de sabre pela trela.
Até o cão ficou confuso. Ficou a olhar para ela e para mim, como que a perguntar "Falei muito alto, foi?"
A expressão seguinte da rapariga foi o que me indignou mais. Do susto passou à raiva contida. Como se a existência de binómios cão/pessoa como nós, lhe fosse especialmente ofensiva.
E então, por momentos, revi-me nela. Eu já fui assim. Antes de saber como é, eu já tive medos excessivamente aumentados pela notícias na comunicação social e pelo estigma que este tipo de cães carregam.
Mas agora já não. Entendo que nem todos possam ter um cão destes para afastar receios, nem sempre, fundamentados. Agora sei que há dois tipos de pessoas que têm cães destes: os delinquentes e pessoas como eu!!! E que há dois tipos de cães, os que são mal ensinados e o meu!
Estou a tentar deixar de fumar. Desde hoje! Na verdade, só a ideia de tal coisa dá-me vontade de me atirar da varanda!
É algo que os não-fumadores nunca vão saber o que é: a relação intimista que se estabelece com um cigarro. É como um amigo a quem podemos sempre ligar. E que responde sempre a todos os telefonemas ou mensagens. É verdade que temos de lhe pagar por essa disponibilidade permanente, mas daí, quantos seres humanos não pedem o mesmo?
No primeiro dia de faculdade ele deu-me o ar cool e desinteressado que eu precisava quando não conhecia ninguém e tinha que suportar o peso dos olhares de desconhecidos.
No meu primeiro emprego de adolescência(daqueles que servem para pagar as bebidas ao fim de semana) dava-me a oportunidade de sair mais vezes da loja. Porque quem fuma sabe que quem fuma precisa de fumar. Não é negociável!!
Já nem me lembro porque é que comecei a fumar... Sei que foi por volta dos dezassete ou dezoito anos. Estava em casa de uma amiga com um pequeno grupo e uma delas ofereceu-me um cigarro. Nunca tinha experimentado e suponho que até me causava um certo asco devido ao hábito de três a quatro maços por dia do meu pai. Sim, eu escrevi três a quatro maços! Mas enfim, não me ia matar e experimentei. Não tive aquela reacção típica que quase todos os fumadores contam, a de repulsa inicial. Não me desfez nem me desfez. Mas se me perguntarem porque é que no dia seguinte voltei a pegar no tabaco, não sei dizer. Em mim, sempre teve um impacto muito mais psicológico que físico. Até hoje, acho que nunca ressaquei tabaco. Mas lá está, é o meu companheiro das horas mortas, dos copos nos bares, dos jantares em casa de amigos, dos corredores do início da faculdade. E ainda que eu nunca tenha associado o estatuto ou a postura ao tabaco, já houve alturas em que ele assumiu, inadvertidamente, esse propósito e me conferiu aquela aura de mistério ou inacessibilidade que precisava em dado momento.
Mas acabou o romance. Todos os dias acordo a tossir, canso-me de morte a subir escadas... Eu gosto muito dele mas, a longo prazo, ele vai deixar de gostar de mim. Antes que isso aconteça, eu antecipo-me. Vou tentar fazê-lo aos poucos, que nunca acreditei naquelas histórias de pessoas que deixam de um dia para o outro e nunca mais tocam num cigarro.
Hoje ainda só fumei dois. Quando chegar ao fim do dia (porque em tempo de aulas, a pior altura é o dia, mas em férias é exactamente o contrário) se só tiver fumado cinco ou seis, vou achar que correu bem. Quem sabe, daqui a umas duas semanas posso estar livre dele. Mas que vou ter umas saudades descomunais, isso vou!
Instalei um site meter! O que é um pouco redundante porque ninguém sabe da existência deste blog e não me parece que alguma vez venha a ser muito popular...
Mas enfim, toda a gente tem um e eu também queria!
Só espero não ficar muito deprimida pelo facto de o raio do meter me alertar, constantemente, para a minha falta de popularidade...
Mas daí, eu nunca fui nada mainstream e ainda bem!
As minhas expectativas saíram um bocado defraudadas. Não houve palestra. Aparentemente, a minha teoria de "Nuno Gomes é Judas", foi afastada como cocó . Eu sabia que não me devia meter em futebol. Qualquer dia, estou como a Leonor Pinhão! Ou como o "Barbas"! Não necessariamente nesta ordem...
É tão fácil destruir o meu entusiasmo, chega a ser ridículo...
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