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Pois é, esta manhã foi bastante atribulada para a minha pessoa. Na realidade, foram só dez minutos da minha manhã mas, vai-se lá saber, ainda não consegui engolir tudo!
Às nove horas, com duas horas de sono e muito mau humor, enfio-me no carro. Ar condicionado ligado (Desculpem lá, tenho as preocupações ambientais de qualquer um mas a meio de Outubro preciso é de aragens!), banquinho ajustado e lá vou eu! Assim que paro na intersecção da minha rua com a estrada principal, aparece-me o primeiro anormalzito , ao volante do seu Audi. O gajo deve ter passado por mim a mais de 100. Numa zona de 50. A três metros de mim, a passadeira. Desconfio que se algum ser tivesse tido a infeliz ideia de atravessar a passadeira segundos antes daquele lunático aparecer na curva, só parava em Santarém! O senhor deve ser do gang que anda aí de noite a arrancar as lombas! Sim, porque nesta zona, lombas na estrada só aguentam inteiras duas horas!
Mal refeita da potencial tragédia que poderia ter-se desenrolado mesmo à minha frente, surge o segundo mentally challenged do dia. Já na estrada principal, alguns metros depois de uma curva, outro Audi. Desta vez, aparece-me em contramão. Isto porquê? Porque o senhor achou por bem ultrapassar um camião, numa curva sem visibilidade! Tive de deixar metade dos pneus na estrada para evitar bater de frente. Pergunto-me, se não tivesse conseguir evitar o embate, quantas horas demorariam a raspar a minha massa encefálica do volante...
Quando achava que mais nada de estranho poderia passar-se, vem a pièce de résistance . Ao volante de quê?, perguntam vocês. Não, não era um Audi. Era um Fiat Seiscentos. Suponho que a imbecilidade é transversal aos vários escalões socioeconómicos . Este senhor achou que deveria atirar-se para a minha frente, quando eu seguia, pacatamente, na estrada principal. Porque sim. Porque dá muito trabalho parar nos cruzamentos. Tem que se mexer os pés, eventualmente a cabeça. É uma trabalheira dos diabos! Desta vez não tive de travar a fundo, ia devagar. Claro! Eu já ia preparada! Não há duas sem três e calculei logo que ainda ia encontrar mais algum motivo para detestar a humanidade e seus sistemas de locomoção. Mas eis se não quando, o homem pára! E eu sem ver o obstáculo! Mas o que é que se passa? Será que o asfalto abateu? Ou caiu-lhe o cigarro entre as pernas, causando dano nas suas partes... Hã, partes!
Não! O raio do marreta (Estão a ver quais são? Aqueles velhotes de boina e bigode cerrado, já amarelado por causa do tabaco.) parou a carripana no meio da estrada para mandar uns piropos a uma miúdas que estavam na paragem do autocarro do outro lado!
Nem tive reacção. Fiquei tão abismada com aquilo que só consegui recuperar ainda a tempo de ouvir uma buzina atrás de mim, porque agora era eu que estava parada no meio da estrada.
Oh pá! Mas porquê? Será que fiz mal a alguém durante o sono? Tive pensamentos impuros? Mais do que é habitual? Que me lembre não há assim muitas razões para todos os imbecis de Lisboa se atravessarem no meu caminho!
Estive mesmo para dar meia volta e apanhar o autocarro! É que acho que ir a levar com odor corporal inimaginável provocar-me-ia menos danos coronários que uma sucessão de situações deste gabarito! Valha-me a minha santíssima Rodoviária de Lisboa!
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