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Há coisas fantásticas que derivam do facto de termos vírus no computador.
A primeira fase é de desespero, claro. Pensamos imediatamente que o bastard vai obrigar-nos a formatar a máquina e, com ela, metade da nossa vida.
A segunda fase é a da descoberta. Pegamos no amigo Google e vamos à descoberta do bicho. Passamos várias horas em fóruns onde, provavelmente, nunca mais vamos meter os pés virtuais. Ficamos um pouco em pânico quando percebemos que o gajo é dos rijos. Mas isso só nos aumenta a convicção. Sacamos versões de teste de todos os anti-vírus recomendados nos fóruns, de ferramentas cuja única função é dar cabos dos vírus, trojans e mutações maradas. Incluindo o Norton que, no caso da minha velhinha máquina de secretária, abrandou tanto o sistema operativo que levei quase dois dias para o desinstalar.
A terceira fase é a da vitória. Não cabemos em nós de orgulhosos. Eu, que não percebo nada de informática, consegui dar cabo do maléfico só com a ajuda do Google. Hurray for me, master de tudo o que é circuito integrado!
A quarta fase é a da desilusão. A combinação de antibióticos (anti-vírus e afins) não resultou durante muito tempo. Os bichos voltam. O anti-vírus descobre mais de 7000 e só consegue acabar com 200. A minha vida acabou. Começo a fazer planos de contingência para toda a tralha que tenho no computador. Avizinha-se uma formatação. Não posso continuar assim, sem acentos, sem possibilidade de gerir a conta do banco, sem segurança informática. Mas o que é que eu faço às minhas coisas? Atrevo-me a passá-las para um disco externo sabendo que podem estar maculadas? O tempo passa, passa.
Finalmente, a quinta e última fase, a do conformismo. Ainda não tomámos a decisão, andamos há semanas a perguntar-nos onde andará o nosso original do Windows. Decidimos passar o anti-vírus, o mesmo, uma última vez. Vamos para a cama com um peso nos ombros.
No entanto, no dia seguinte, escrevemos um e-mail rápido e, UOU, temos acentos. Verificamos tudo com o anti-vírus e, UOU, a máquina está limpa.
Conformamo-nos com o facto de que não temos capacidade de controlar quando eles vêm e voltam e entregamos tudo a um poder superior.
Obrigada, NOD!
Portanto, como vêem, ter vírus no computador leva a uma experiência que, em última análise, nos deixa mais humildes.
Ou diminuídos, ainda não percebi.
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