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Hoje apanhei um monumental cagaço.
Cinco da manhã e acordo um bocado desgovernada sem saber porquê. Dez segundos depois percebo: só ouvia coisas a bater em coisas, o vento a assobiar por aquela rua fora, como se fosse um autocarro numa longa recta, o cata-vento do meu vizinho, ou lá o que é aquela merda, a fazer uma barulheira descomunal.
O gato andava estranho, a tentar trepar os armários para chegar à comida. Não me entendam mal, ele faz isso todos os dias desde que entrou em dieta mas só costuma começar duas horas depois, lá para as sete e tal, quando toca o despertador.
Fiquei sentada na cama a olhar para ele e a pensar que raio de vida era aquela, em que uma pessoa passa a semana a correr de um lado para o outro, e nem à noite consegue dormir convenientemente, por causa da desregulação massiva dos elementos... Em que se tem que obrigar um gato (um gato!) a fazer dieta porque a vida dele é sedentária: passa os dias sozinho, a dormir, a comer e a arranjar planos para conseguir ainda mais comida. O meu gato tem um distúrbio alimentar! Qualquer dia vou dar com ele na casa de banho, com a patinha enfiada pela goela abaixo.
E enquanto pensava nestas coisas tremendamente animadoras, alguma coisa se espetou contra a porta da rua e cheguei à conclusão que era melhor dormir mais um bocado que amanhã (hoje) ia ser mais um shity day.
De manhã, lá dei com o objecto bem à porta de casa: um chapéu de chuva. Que sinceramente, não sei se era de alguém lá de casa ou se teria chegado ali a voar, vindo de qualquer das casas em redor. Logo de seguida, para acordar, a ventania empurrou-me contra um dos pilares! Obrigada, Natureza!
Durante a noite, nove aviões tiveram de ser desviados para os aeroportos de Faro e Porto, pois era impossível aterrar em Lisboa. Então, subitamente, fiquei grata por ter sido só um chapéu de chuva. A aproximação à pista é feita mesmo por cima da minha casa. I'm alive!!!
À hora do almoço, lá terei de andar a serpentear por Lisboa, para recolher uns livros na faculdade e voltar ainda a tempo de comer qualquer coisa. Não almoço convenientemente há três dias, porque todos os dias aparece qualquer coisa para resolver.
Estou cansada.
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