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Amanhã chego ao cubo perfeito: 33. Ou seja, faço 27 anos.
E é assustador como o raio! Eu pensava que tinha sido mau fazer 25. A data veio acompanhada de uma ligeiríssima e passageira depressão. Mas acreditem, fazer 27 é pior! Não há volta a dar, já sou uma adulta! Man! E eu que pensava que ia conseguir escapar a esta inevitabilidade mais uns tempinhos.
Segundo dizem, esta coisa de nos sentirmos velhas só dura até aos cinquenta. A partir daí começamos a sentir-nos cada vez mais novas e até pintamos o cabelo de azul (já viram, com certeza, uma velhota de cabelo azulado...).
Pois, mas eu não tenho cinquenta por isso deixem-me lá ficar indignada com a passagem do tempo.
A coisa torna-se ainda pior quando sabemos que aquelas gajas com os corpos impossíveis (pelo menos para quem tem uma vida minimamente ocupada) que todos os dias invadem a nossa casa via tv têm todas 22 ou menos...
Ontem tive o meu primeiro choque. Na farmácia. A farmacêutica olha para o meu BI e diz:
"82, portanto tem 28, não é?"
Até me engasguei! Só consegui balbuciar algo como: "27. Não! 26!", o que resultou em que ela ficasse a olhar para mim com aquele típico ar do "coitadinha, queimou".
Não faz mal, eu fiquei a olhar para ela com o típico ar do "coitadinha, não sabe fazer contas de cabeça que envolvam dois algarismos ...".
E depois são inevitáveis as comparações com o que idealizámos ao longo do vida. Como é que há uns anos eu me imaginava com 27 anos?
Não me imaginava ainda na escola, isso de certeza. Mas pronto, disso não me arrependo.
Imaginava que já teria uma casa própria e que não estaria ainda a viver em casa dos meus pais...
Imaginava já estar num emprego decente e não num estágio que pode muito bem não resultar em nada...
Imaginava já ter visitado imensos países e conhecido umas quantas culturas completamente diferentes da minha. Imaginava já ter estado no Egipto, em Veneza, no Perú, na Escócia a beber jolas e a ouvir gaita de foles tocada pelo Duncan...
E sim, imaginava já ter o meu primeiro livro publicado (mas isso é uma longa história que vai ter de ficar para outra altura)...
Bem, no fundo imaginava já ter feito uma data de coisas. E ainda não fiz nada. A conjectura económica não mo permitiu, uma data de coisas não mo permitiram.
E é basicamente isso que me deprime em fazer vinte e sete anos.
E como já purguei isto do sistema, vão-me dar licença que tenho que pensar no que comprar com o carcanhol que me vão dar.
Sim, porque com o raio da crise a pairar sobre as cabeças de todos nós, é aproveitar enquanto é tempo.
E como toda a gente sabe, comprar sapatinhos é das coisas mais relaxantes e positivas que há! LOL
Bom fim de semana, pessoal!
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