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A rejeição do plano Paulson, que Bush e o mundo apelidavam de crucial para sairmos da crise, vem abrir caminho a uma série de possibilidades, nem por isso boas...
Queda generalizada nas bolsas, outra vez.
Recuo dos investidores, outra vez.
Consequente queda do preço do petróleo (pronto, esta nem é má, por enquanto), outra vez.
E lá vão as taxas de juro, outra vez.
Espera aí! isto não aconteceu tudo na semana passada? Então o que é que há de novo?
A França diz que está quase em recessão.
As duas bolsas de Moscovo estão suspensas desde a sua abertura.
O Dow jones caiu ainda mais.
O Manuel Pinho vem dizer que acabou o mundo (económico) como o conhecemos.
Oh pá, eu pensava que estávamos perto de uma recessão a nível mundial, mas pelo que nos transmitem, mais parece o fim do mundo!
Tenham medo, muito medo! vamos todos comprar um cão para espevitar o consumo!
Sinceramente, toda esta questão já me dá voltas ao estômago...
Quando o café aqui da esquina entrou em falência técnica e a gerência mudou pela terceira vez no espaço de pouco mais de um ano, ninguém se lançou ao chão de joelhos a prever o fim do mundo. Aliás, ou eu muito me engano, ou acho que deve haver algum profícuo mercado de apostas em redor da manutenção de cada nova gerência... Se não há, devia haver!
Enfim, ninguém ficou muito alarmado mas também o café aqui da esquina não é o quarto maior banco norte-americano. Nem o bairro é a Europa...
Infelizmente, cada vez que do outro lado do Atlântico, os americanos dão um traque, nós sentimos as consequências. Eles levam com furacões em cima e o nosso gasóleo sobe, o presidente deles vai falar à televisão e há portugueses que enfartam de tanto rir. Eles andam em semi-recessão económica há mais de uma ano e nós, há mais de uma ano, sustemos a respiração.
Acho injusto!
Acho injusto que um povo que é presidido por uma amiba tenha tanto poder de alterar o nosso estilo de vida.
Então o que é que esta falência veio realmente dizer? Que os Estados Unidos estão em crise? Parece que sim. Que se vão seguir mais falências? Vejam os jornais de hoje, meus caros. A AIG, o que é o mesmo que dizer, a maior seguradora do mundo está muito perto do colapso financeiro. E qual é o resultado imediato para nós, europeus da cauda? A subida das taxas de juro!
No fim de semana vi a casa dos meus sonhos, uma moradiazinha que com umas pequenas alterações ia ficar a casa mais cool de sempre e por apenas 130 000 €. É claro que neste momento, nem eu nem o gajo podemos pedir um empréstimo ao banco. Provavelmente só se iam conseguir rir na nossa cara. Mas se os Estados Unidos forem com os porcos nem daqui a um ou dois anos, quando já formos indivíduos respeitáveis no que ao crédito diz respeito, vai ser possível. Conheço o caso de pessoas que começaram por pagar quinhentos e poucos euros no início do empréstimo e pouco mais de um ano depois já estão a pagar 700. E isto sem a preocupação e contaminação pelo histerismo americano.
Estamos lixados, é o que vos digo. Comprar casa? Isso é luxo de economias tranquilas.
Por aqui, como do outro lado do Atlântico, o mar prepara-se para ficar bravo!
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