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Depois da subida de três cêntimos por litro, o preço do gasóleo ultrapassou hoje a barreira do euro e trinta. Desde a liberalização do preço dos combustíveis, temos assistido a aumentos graduais que muitos dizem não se coadunar com o a subida da matéria-prima.
Depois do Reino Unido e dos Estados Unidos terem começado a racionar o arroz, já se fala de um racionamento a nível mundial. Os chamados bens essenciais atingem valores impraticáveis para muitas famílias, com ênfase no leite e pão.
Se a primeira situação , ainda que motivada por factores externos, é um problema nosso (em Espanha, o preço por litro de gasóleo está a 1.19 euros), a segunda já não é algo que possamos controlar tão bem a nível interno. A pseudo-crise dos Estados Unidos está a aproximar-nos lenta e inexoravelmente de uma crise mundial.
José Sócrates reage a este facto dizendo que a oposição não quer que Portugal cresça e abandone a crise, que pinta o quadro bem mais negro do que ele é.
A meu ver, avizinham-se tempos difíceis, com o alargamento do fosso entre pobres e ricos. E com o apagamento daquilo que conhecemos como a classe média.
Os indicadores estão por todo o lado. Nenhum deles é risonho.
Estoua a chegar ao fim do mês e não sei se hei-de encostar o carro às boxes durante os próximos trinta dias. Voltar aos transportes públicos, pelo menos enquanto não arranjo trabalho.
Tenho que admitir: estou com receio. Não prevejo nada de bom. Preocupa-me principalmente que, com a conjectura actual, já nem valha a pena sair do país. Convenhamos, o nível de vida do português médio em Portugal afunda-se a olhos vivos. O sobreendividamento é uma questão quase banal. Mas se as coisas evoluírem no sentido da tal crise global, se os americanos forem ao ar e levarem quase toda a gente com eles, não vejo para onde possamos fugir...
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